sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Eu posso? ou Impressões.*

Texto escrito em 29/10/08
(isso é um brainstorm que logo será organizado)


Um dia legal com relação as minhas participações na novela(Três irmãs). Há quase três semanas sem gravar, fui chamado(e esperava ser chamado). Já estava com um sentimento de foda-se, tenho mais o que fazer. Aceitei, pois precisava de... $! Cheguei lá no dia combinado, mas de uma outra forma, sem pressa, com um grau elevado de atenção, que já não o tinha fazia tempo. Havia feito uma grande seqüência de gravações, desde o inicio da novela, sem um intervalo de tempo de descanso maior que dois dias. O nível de stress acabou por me fazer perder essa qualidade de atenção, um foco técnico com relação a minha funcionalidade.

O tratamento dado a essa massa de pessoas "profissionais" é terrível. Os figurantes(classe em que a produção da CGP me inclui, me rotula), na grande parte das vezes, não possuem um foco claro do que fazem ali. Não enxergam. Agem como verdadeiros paus-mandados, fazem o que mandam fazer, independente de entendimento, e sem perceber que podem entender aquele "circo eletrônico", podem se tornar técnicos em algo daquilo, entender que não existe só a função do palhaço em um circo. Tantas pessoas poderiam ser valorizadas, e melhor utilizadas alí. Elas são necessárias ao crescimento daquilo com ou sem opinião, e todas são substituíveis(se tratando de parentesco, favores sexuais, olhos claros e tantas outras coisas movidas pelo interesse, como em qualquer empresa privada).

Mas se na hora do aperto o empregador não colocar na balança a produtividade, afunda o barco.

Temos o ônus de estar lá, mas a maioria não consegue ver isso, pois são orientados a olhar e não ver, em regime de ditadura. A "final de contas", precisamos de gado! (Precisamos?) Qual quer instituição capitalista precisa. (E eu quero ser gado?)

Será que todo figurante que fica consciente das coisas(como na Alegoria de Platão) acaba por se tornar ruim(ou bom de mais) ao processo dos detentores de poder? Pensemos... Talvez eles sejam nocivos ao poder por darem exemplos de possibilidades.

Bom figurante é aquele que obedece?

Um bom figurante(pela falta deste), pra sempre figurante!?

Para sermos maiores do que os outros precisamos que os outros fiquem lá em baixo, atrofiados. Daí então, nós, pobres mortais, que cagamos e mijamos como todo ser humano, nos sentiremos maiores, detentores do poder. Olharemos de cima para baixo.

O verbo poder poderia ser conjugado por toda e qualquer pessoa, ele é de todos.

Eu poderia estar no elenco de apoio da novela porque trabalho(não quero dizer melhor) muito mais que os próprios e ganho muito, mas muito menos. E não deixo de fazer, ou reclamo diretamente, pelo simples fato de ter podido conhecer no inicio da vida a "lei da semeadura".

Entendo que cultura vem de cultivo, da raiz das coisas. Posso gerar da sementes, frutos (naturais e artificiais), flores, oxigênio.

Exupéry me ensinou através da literatura, da raposa, que sou "responsável por aquilo que cativo". Eu entendo isso, não num sentido de castigo: "-Olha, ta vendo? Plantou? bem feito. nasceu, agora rega e colhe!" Vejo sim a possibilidade de poder, e de poder me apoderar. Posso colher e comer o fruto que eu cultivei com o carinho das minhas próprias mãos de agricultor - artista - operário, e posso também com a mesma mão, dividir o alimento gerado com algum faminto saciando também a minha fome de caridade. Posso ensiná-lo a plantar a semente que sobra. Mas será que consigo? possibilidades... O outro poder também seduz? Posso me apoderar desse conhecimento e não passar a diante. Detentor da cultura de cultivo, posso futuramente vender a informação aos menos cultos, posso vender o fruto a que tenho domínio e aos pobres, incultos, deixar morrerem de fome.

Quantas possibilidades...

Oswald certa vez: "A MASSA AINDA COMERÁ O BISCOITO FINO QUE FABRICO".É verdade!

...mata a nossa fome Oswald.

Essas coisas escrevo para somar e não para subtrair, como pensam os donos do capital.

Se eu não for valorizado aqui, certamente haverá um safo que me valorizara ali.

*Se alguém não entender não tem problema, porque pode, são só impressões.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Muito pelo contrário


"Em uma certa manhã empreguinada de rotina
Pairou sobre sua cabeça uma linha amarela de pensamentos:
Teve certeza de que o frio era tão frio apenas para deixar o calor do verão mais quente.
Que a dor doía tanto para a felicidade ser plena enquanto ela for felicidade.
Que as nuvens eram uma espécie de cortina que se abriam para o espetáculo solar acontecer.
Que seus sapatos furados eram furados, para poderem ser usados nos caminhos mais bonitos...
Que por acaso, eram os mais cheios de lama.
Pensou que seria bom desajeitar o quarto naquela manhã.
Desorganizar o organizado.
Bagunçar o arrumado.
Erronizar o acerto!
E era tudo novo!
Cada coisa em seu lugar oposto.
Devidamente fora de perímetro.
Ao invés de tirar o pó, ligou o ventilador e jogou porpurina contra o vento.
E admitiu ser uma idéia brilhante.

Saiu de casa pela porta dos fundos.
Não chutou as latinhas de refrigerante que encontrava no chão Abaixou-se,
e foi jogando elas de uma mão para outra, até avistar uma lixeira.
Ao passar pela praçinha, sentou-se em um de seus bancos.
Não olhou para o chão, olhou para o céu.
Não chorou, sorriu!
Não resignou - se, satisfez-se!
Avistou um formigueiro, e não assassinou as formigas.
Matou a fome das pequenas "quase - insignificantes" com as migalhas de seu biscoito.
Voltou para a casa, como se nunca estivesse estado lá.
Deixou a porta do quarto aberta, mas ninguém foi perturbar.
O último pensamento amarelo do dia passou pela sua cabeça antes que adormecesse
Passou e deixou um vasto rastro de razão:
Tudo passa a ser diferente quando se tira a poeira do coração."
POR CINTIA LUANDO

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

OBSERVAR, ABSORVER

Muitos olham, poucos vêem.
Muitos falam, poucos dizem.
muitos escutam, poucos ouvem.

Muitos observam, Poucos absorvem.

sabedoria oriental

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Jogos de encaixe

Direção : Pedro Cavalcante
Ass.: Thiago Hausen
Foto: Portaltere