terça-feira, 15 de abril de 2008

Carta a um ator ausente


(em construção)
As vezes fico triste pôr sentir que alguns de nós tem condição e possibilidades mas não concluem - não vivem plenamente - seus processos. A vida é muito corrida, tem coisas diferentes para se fazer sempre em uma mesma hora. Temos então de optar pelo que é mais importante ao nosso ver.
Quais são as nossas escolhas? O que nos realmente queremos para nossas vidas?
Não podemos servir a dois patrões e satisfaze-los plenamente. Porque somos apenas um. A quem nós estamos enganando? Queremos chegar em algum lugar ou vamos ficar parados, acampados na bifurcação; fumando uns baseados?
Como saber a gratificação verdadeira que um processo pode nos dar se nós não vivênciamos todo o processo? Não dá , porque não sabemos o que queremos e ficamos divididos. Pôr que? Porque artista tem que fazer outros bicos, por causa de $, porque me deu uma preguiça hoje de manhã. Porque teve uma festa ontem que rolou até de manhã. Porque hoje veio um primo meu de Campos, porque o meu tio morreu. Peguei dengue!
Podemos estar num lugar para agradar alguém, ou para satisfazer nossos EGOS. Podemos fazer um lobby entre os artistas para nos acharmos engajados na arte. Podemos ir ver gente bonita.
Mas só a verdade prevalecerá, a verdade que o tempo mostra, a verdade que uma dedicação retribui ao dedicado. É preciso "dar como quem recebe para receber como quem dá".
- Opa, pera lá, estou me sentindo incomodado. Pôr que estão mexendo nas minhas feridas? será que o que ele disse foi para mim?. Sai fora!!! Nunca mais volto aqui. Pera lá, também se ouve aqui a minha opinião. nossa, eu tenho opinião. Então eu posso entender melhor as coisas, posso construir um discurso. Mas não vou, porque amanhã tenho outro compromisso.
E os processos vão se dando com 75% de presença , 50, 25.
Terça vou, quinta não, uma vez por semana está bom.

Ricos são os produtos da verdadeira arte e para podermos ser verdadeiros artistas devemos ser generosos, doadores de nossos afetos, dos nossos conteúdos. Devemos Ter a generosidade de doar 100% de nos mesmos por nosso oficio. Tirando de vez a duvida do caminho e se empenhando em nossa verdadeira vocação. Todos a temos dentro de nós mas enganamos a nós mesmos, pelo medo do comprometimento com a vida.

Cuidado com o que realmente te agrada.


a/c Bruna Maimone e André Siffert

3 comentários:

Unknown disse...

Texto muito bom... todos deveriam refletir sobre o que está escrito. Foi um pouco para cada um. Te amo!!

Adriano DiCarvalho disse...

Thiago, vou ser bem simples e sincero: Estou 100% contigo e não abro!
Parabéns pela clareza e riqueza de suas palavras. Antes de ator, sou ser humano e tiro meu chapéu pra o que você teve a honestidade de postar aqui viu1
Parabéns e obrigado por compartilhar conosco.
Muito prazer. Vou passar a ler seus posts.

Anônimo disse...

Pombas! Que súbita leveza e discernimento, obrigada. Faço minhas as tuas palavras, e que eu as leve dando frutos. Um abraço